Mas você sabe de onde partiu essa idéia de festa junina?

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Curiosamente, a origem dos festejos não tem nada de católico: as mais antigas comemorações ao redor da fogueira eram consideradas pagãs pela Igreja! Estas festas bárbaras (e aqui “bárbara” não quer dizer “chiquérrima” ou “poderooosa”) datam por volta do Século VII, e celebravam o início do verão na Europa. O fogo e a dança eram usados para afugentar espíritos malignos e pedir sucesso na colheita.


Pois o que era diabólico na Idade Média chegou ao Brasil com a colonização portuguesa, sempre com a tal conotação agrícola. Como tudo nesse país, a festa sofreu todo tipo de influência dos povos que aqui viviam. A começar pelos cristãos, que trocaram o motivo da comemoração: ao invés do solstício, os santos.


Antônio viveu no Século XII e fez sucesso no Brasil justamente por ter nascido em Lisboa. Ganhou fama de casamenteiro, apesar de sua biografia não revelar nenhuma história que garanta isso. Tão inexplicável quanto a tradição de deixar sua imagem de cabeça para baixo até encontrar o par desejado… Ficou ainda mais forte assim que inventaram o dia dos namorados, na véspera do dia 13.



Os outros dois figuram como grandes personagens do catolicismo: João Batista era primo de Jesus - sua mãe Isabel, prima de Maria, acendeu uma fogueira assim que o filho nascera (mais um sentido pro símbolo da festa). Pedro, o pescador, é um dos fundadores da religião - e considerado o primeiro papa.


Ao mesmo tempo, costumes negros e indígenas foram adicionados às tradições européias e cristãs, transformando a nossa festa junina em algo tipicamente nacional. Só no Brasil você encontra um povo tão religioso e animado - especialmente no nordeste, onde Campina Grande (Paraíba), Caruaru (Pernambuco) e Aracaju (Sergipe) passam o mês inteiro à base de forró, boi bumbá, milho e leite de coco.


E a quadrilha? - Trata-se do momento alto da festa: o casamento caipira, com o noivo e a noiva abrindo a fila de casais. Sua origem é inglesa, por volta dos séculos XIII e XIV. Durante a Guerra dos Cem Anos, França e Inglaterra trocaram, além de balas de canhão, experiências culturais. Em pouco tempo, tornou-se uma dança palaciana nobre.

Chegou aqui junto com as festas juninas e, claro, não demorou muito para sair da corte portuguesa e cair no gosto do povo, alterando o ritmo da dança e incluindo o som da sanfona, do triângulo e da zabumba. Ganhou inúmeras variantes país afora, mas basicamente os “comandos” da dança são os mesmos. Vamos lembrar alguns?


Cavalheiros cumprimentam as damas - Depois de todos os casais entrarem com os braços dados, formam uma fila. Cada casal separa os braços, vira e fica um de frente para o outro - como resultado, temos duas filas. Ao sinal, os rapazes caminham juntos, tiram o chapéu e dão uma abaixadinha. Na sequência é a vez delas, que se abaixam enquanto seguram a barra da saia.


Balancê - O casal dança juntinho, ao ritmo da música e com o braço estendido. Também funciona bem caso o marcador, responsável pelos comandos, não souber o que vem a seguir: diz balancê e pronto.


A grande roda - Os casais se encontram novamente e se dão as mãos. Depois que a roda se armou, vem outros passinhos: a coroação (quando as damas ficam na frente e os cavalheiros botam o braço na frente) e o caracol (que leva alguns minutos até acabar).


O caminho da roça - É a parte mais conhecida: as damas ficam na frente dos cavalheiros e caminham num sentido. Todos pulam e trocam de lado de acordo com o comando do maestro: olha a chuva/já passou, a ponte quebrou/já consertou, olha a cobra/é mentira…


Parte final - Aqui cada um faz de um jeito: tem o galope, onde as os casais ficam de frente e se encontram, um por vez, passando pelo meio do povo; tem o túnel, onde o casal da frente ergue os braços para o que vem atrás passar; e tem a despedida, quando os casais cumprimentam os espectadores.

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